A Águas Azuis é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) estabelecida entre a thyssenkrupp Marine Systems, a Embraer e a Atech para a execução do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) para a Marinha do Brasil. As três empresas possuem um sólido e longo histórico de relacionamento com o Brasil, além de forte presença em vários outros países.
Conduzido desde 2017 pela Marinha do Brasil, o PFCT é o mais moderno e inovador projeto naval desenvolvido no país, responsável pela construção, em território nacional, de quatro navios de defesa de alta complexidade tecnológica. As fragatas devem atingir capacidade operacional para proteger as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), gerando transferência de tecnologia e promovendo a indústria local
e a construção naval no país.
A construção está sendo realizada integralmente no Brasil, na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, localizada em Itajaí (SC), e garantirá ao país uma robusta transferência de tecnologia em engenharia naval. A metodologia de construção adotada pela thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul prevê a produção das Fragatas Classe Tamandaré em
blocos que são edificados posteriormente.
As Fragatas Classe Tamandaré têm 107,2 metros de comprimento, boca máxima de 15,95 metros, deslocamento de 3.500 toneladas e são dotadas de convoo, hangar para helicóptero, radares, sensores e armamentos de última geração, além de excepcional estabilidade e adaptabilidade. É um navio escolta, com importante e considerável capacidade de combate e resiliência no mar, atuando em todos os ambientes de guerra, quais sejam: superfície, aéreo e submarino. A capacidade é para cerca de 130 tripulantes, mais um helicóptero e um drone, veículo não tripulado, que poderá realizar pouso e decolagem verticais.
As empresas integrantes da Águas Azuis possuem um sólido e longo histórico de relacionamento com o Brasil, além de forte presença em vários outros países.
Em construção na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, o Programa Fragatas Classe Tamandaré marca uma abordagem inédita na indústria naval sul-americana com um processo totalmente digital, conhecido como "Paperless". Essa metodologia elimina o uso de documentos impressos, como desenhos e manuais técnicos, substituindo-os por soluções digitais acessíveis em dezenas de totens e tablets distribuídos pela área de produção. Os engenheiros da thyssenkrupp no Brasil e na Alemanha atualizam documentos em tempo real, assegurando maior controle, precisão e segurança das informações.
A digitalização dos processos não só aumenta a segurança dos dados – um requisito essencial em projetos militares de alta confidencialidade – mas também reduz o impacto ambiental, economizando recursos que seriam utilizados para impressão e distribuição de papéis. Por meio de dispositivos conectados, os trabalhadores têm acesso imediato aos desenhos técnicos em 2D e 3D, check-lists, manuais e procedimentos operacionais atualizados em tempo real, o que otimiza etapas como apontamento de mão de obra, rastreabilidade de materiais e verificação de qualidade.
Além disso, a realidade aumentada já está sendo utilizada na construção das fragatas. Com óculos especiais, os técnicos conseguem visualizar hologramas sobrepostos às peças físicas, permitindo validar o posicionamento de montagem, conferir interferências entre setores e realizar verificações de qualidade. Essa tecnologia permite também que especialistas na Alemanha ofereçam suporte remoto, orientando as equipes em tempo real.
O investimento público na construção das Fragatas Classe Tamandaré gerar empregos e renda, além de prover à Marinha do Brasil um instrumento fundamental para a proteção da região marítima do país, conhecida como Amazônia Azul, pela qual mais de 95% do comércio exterior brasileiro trafega e cerca de 95% do petróleo nacional é extraído. Conta também com a presença de numerosos recursos minerais, sítios ambientais, portos, centros industriais e de energia.